Tratar a capacidade de inovar como um diferencial competitivo já pode ser visto como lugar comum, e não seria um exagero dizer que um processo de “evangelização” ou sensibilização para a inovação, encontra-se em curso.
É bem provável que você tem lido ou ouvido frequentemente que inovação é um poderoso instrumento que as empresas têm para aumentar suas chances de sucesso, quer seja na luta pela sobrevivência, na busca por maior participação no mercado ou na manutenção de uma posição de liderança.
Mas depois de apresentar as razões “genéricas” pelas quais as empresas devem inovar, o desafio seguinte dos “missionários” da inovação será ajudá-las a responder questões mais concretas, tais como: Que tipo de inovação pode fazer a diferença para meu negócio? Quando inovar? Ou ainda: Como aumentar a minha performance em atividades ligadas à inovação?
Reconhecimento de terreno
Apesar de as respostas ainda estarem sendo produzidas, modelos teóricos e dados empíricos têm apontado alguns caminhos. Algumas pesquisas indicam que a eficácia da inovação como arma competitiva depende das características do setor onde a empresa atua; do nível de concentração de mercado; das práticas de gestão adotadas, do seu tamanho e da sua capacidade em arcar com investimentos em atividades de P&D e marketing; e de como irá explorar economicamente a inovação. Algumas questões que podem fazer diferença são listadas a seguir.
1) Ciclo de vida do produto ou do setor
A capacidade de inovar desempenha papel crítico para as empresas em dois momentos distintos do ciclo de vida de um dado setor ou tecnologia. Nos estágios iniciais, quando as novas empresas entram no mercado a partir de produtos inovadores; e nos estágios posteriores, quando o cenário é dominado pela inovação em processos e modelos de gestão. Nestes dois momentos, é grande o número de empresas que abandonam o mercado – o que fortalece a tese de que inovar (inicialmente por meio de produtos diferenciados e depois nos processos e modelos de gestão) é uma questão de sobrevivência.
Quando um dado segmento de mercado é ainda jovem, a tendência é existirem poucas barreiras de entrada e muitas empresas “tentando a sorte”. O número de competidores atinge um pico enquanto o mercado apresenta crescimento e um padrão de produto ainda não foi alcançado. Em um dado momento, um padrão de produto desponta, algumas empresas crescem e ganham participação de mercado, muitas fecham e o número de novos empreendimentos cai substancialmente.
Inovação e padrões de competição ao longo do ciclo de vida de um setor
Número de empresas e taxas de inovação ao longo do ciclo de vida da indústria
O surgimento de um padrão dominante altera o padrão de competição, de uma fase baseada em empreendedorismo e inovação (especialmente em produtos) para uma competição baseada no desenvolvimento de processos, escala de produção, técnicas de gestão da produção e programas sofisticados de P&D – o que cria um cenário favorável às empresas maiores.
Nas fases mais maduras, geralmente são menores as chances de sucesso de uma nova empresa, quer seja pela dificuldade de se inovar em produtos, pelo alto investimento demandado em capital financeiro ou humano, ou pela inexistência das condições básicas iniciais que impulsionaram o crescimento das empresas que se tornaram líderes de mercado.
2) Dinâmica de mercado
Em setores mais dinâmicos, há por parte das próprias empresas líderes um intenso movimento de lançamento de novos produtos (com incorporação de inovações) em substituição aos produtos existentes. Elas buscam “aposentar” seus próprios produtos antes que o mercado o faça. Apple, IBM e Sony são exemplos de empresas que construíram uma rota de crescimento, admiração e lealdade dos seus clientes por meio de inovação e excelência no desenvolvimento de novos produtos.
3) Concentração de mercado
Setores com maior nível de concentração (mercado dominado por poucas empresas) tendem a apresentar menores probabilidades de sobrevivência e muitas barreiras à entrada e ao crescimento de novos empreendimentos. Entretanto, inovar – especialmente em produtos – pode ser usado para superar tais desafios, pois permitem às novas empresas desenvolver produtos que explorem novos campos de aplicação para as tecnologias disponíveis ou produtos que superem as soluções existentes.
4) Práticas de gestão
O sucesso nas atividades ligadas à inovação não é garantido pela genialidade dos profissionais tampouco pelo volume de investimento em atividades de P&D e Marketing. É também fruto de práticas e modelos de gestão adotados pelas empresas. Cresce a importância de
disciplinas e áreas do conhecimento denominadas gestão da inovação, desenvolvimento de novos produtos, economia da inovação, dentre outras.
5) Postura competitiva
O próprio posicionamento das empresas frente à inovação é um dos seus principais fatores de sucesso. Posturas pró-ativas, vinculadas às empresas que buscam ser (ou seguir rapidamente) os pioneiros de um dado mercado ou tecnologia, são consideradas as que tem,potencialmente, maiores condições de gerar vantagens competitivas a partir de inovações.
6) Tamanho da empresa
Usar a capacidade de inovar como o principal alicerce para a competitividade é especialmente recomendável às pequenas empresas,uma vez que levantamentos mostram que, em geral, estas apresentam maior taxa de inovação que as grandesempresas, a despeito de sua menor capacidade de investimento em atividades de P&D e de Marketing.
7) Participação de mercado
Pesquisas sugerem que em alguns mercados, notadamente empresas de software e setores intensivos em produção, auferir ganhos expressivos com uma inovação requer que a empresa busque ampliar ao máximo sua participação de mercado, ao passo que em outros setores o tamanho da empresa (em termos de market-share) não é relevante para a exploração de uma inovação.
Construindo o caminho
Podemos pensar no mercado como uma pista de corrida onde os concorrentes buscam suplantar uns aos outros, por meio de inovações. Conhecer o ambiente, os competidores e criar condições de suplantá-los são passos necessários. Todavia, capacidade de inovar não se resume a fazer melhor ou ser o mais rápido. Muitos casos de sucesso estão baseados em criar e seguir um novo caminho.
Fonte: Revista Drops /Starta – Empreendendorismo e Inovação
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