Você Sabia? – Dia Nacional de Combate à Dengue
O Dia Nacional de Combate à Dengue, celebrado anualmente no Brasil em 11 de novembro, reforça a importância da prevenção e do controle dessa doença que afeta milhões de pessoas no país. Com o...
Uma reportagem publicada no final de janeiro em um grande jornal carioca levantou que, só em 2020, houve uma alta de 26% do número de concessões de auxílio-doença e de aposentadorias por invalidez decorrentes de problemas de saúde mental. Os dados foram obtidos pelo jornal em consulta à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.
A verdade é que problemas de saúde mental não começam e nem terminam nas empresas. Muitas pessoas têm alguma questão de saúde mental antes mesmo de conseguir um trabalho. Trabalhar, por vezes, ajuda muito. Outras pessoas são mais suscetíveis a apresentar algum transtorno, como angústia, medo, insônia, e vão apresentá-lo em algum momento de suas vidas; pode ser quando estiverem trabalhando, mas pode ser quando não estiverem trabalhando.
Acontece que a pandemia jogou um holofote sobre essas questões porque contribuiu para a manifestação de transtornos mentais em quem já era propenso a desenvolvê-los. Por outro lado, pessoas que já lidavam com seus problemas antes da pandemia viram a sua condição ser amplificada tremendamente. Lembremos que esse cenário de insegurança e de medo é o caldo ideal para o surgimento ou agravamento de transtornos mentais.
Com o aumento dos pedidos de afastamento e de auxílio-doença, as empresas tiveram de aprender a lidar com isso rapidamente. O que se tem visto é um número crescente de organizações criando, inclusive, departamentos exclusivos para lidar com esse tema ou contratando consultorias especializadas no assunto para auxiliá-las a montar um plano de ação. É também crescente o número de empresas que buscam capacitar as suas lideranças e seus departamentos de recursos humanos para identificar transtornos mentais em seus times e, rapidamente, providenciar ajuda àquele empregado que necessita.
O investimento em saúde mental tem sido alto, até porque, como diz a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há saúde sem saúde mental. Sem saúde, não há empresa que prospere. A boa notícia é que a pandemia trouxe reflexão para muitas empresas, fazendo com que elas começassem a se mexer no sentido de atualizar os seus valores e suas missões. Afinal, o melhor produto delas não é vendido. O melhor produto de qualquer organização é e sempre foram as pessoas.
Fonte : Forbes /Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP
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