Você Sabia? – Dia Nacional de Combate à Dengue
O Dia Nacional de Combate à Dengue, celebrado anualmente no Brasil em 11 de novembro, reforça a importância da prevenção e do controle dessa doença que afeta milhões de pessoas no país. Com o...
O filme Blade Runner original (1982) se passa em uma Los Angeles imaginária de 2019, uma cidade futurística onde a chuva ácida cai de um céu repleto de carros voadores transitando pelas estradas aéreas.
Desde então, a tecnologia avançou de maneiras que Hollywood jamais poderia prever. Mesmo assim, táxis voadores ainda parecem uma fantasia longínqua, reservada a livros de ficção científica e atrações de parques temáticos.
Mas os carros voadores são reais — e eles podem definir a forma como vamos nos deslocar, trabalhar e viver nas próximas décadas.
Avanços na densidade energética das baterias, na ciência dos materiais e nas simulações de computador estimularam o desenvolvimento de uma variedade de veículos aéreos pessoais e sistemas de navegação que permitirão que eles funcionem — de planadores elétricos e veículos com asas fixas a drones quadricópteros.
Bem menor que um avião comercial, a maioria é projetada com rotores em vez de asas, que permitem decolagem e pouso vertical. Os rotores de inclinação, por exemplo, proporcionam eficiência em voos lineares de longas distâncias, enquanto os multirotores são desenvolvidos para reduzir o ruído em voos “pairadores”.
Mais importante, esses veículos são projetados para oferecer deslocamentos mais rápidos do que os modos tradicionais de transporte para os indivíduos, especialmente em cidades congestionadas.
Atualmente, o mercado autônomo de aeronaves urbanas ainda é meio que um Velho Oeste. Dezenas de startups estão competindo para desenvolver jetpacks (mochilas a jato) comerciais, motos voadoras e táxis aéreos pessoais.
Investidores de capital de risco, companhias automotivas e de aviação (até mesmo a Uber, com seu ambicioso Uber Elevate) estão apostando na indústria em expansão, que pode valer até US$ 1,5 trilhão em 2040.
Enquanto isso, as autoridades da aviação discutem as políticas e os padrões de segurança que vão reger esse novo setor de transporte.
A Volocopter, com sede na Alemanha, por exemplo, apresentou seu veículo VoloCity ao mercado como o primeiro táxi aéreo movido a eletricidade com licença comercial, um veículo que um dia funcionará sem piloto.
“É como um Uber Black ou qualquer outro serviço premium”, diz Fabien Nestmann, vice-presidente de relações públicas da Volocopter.
Com algumas diferenças importantes, claro. A princípio, o VoloCity terá espaço para apenas um passageiro. Isso significará um custo mais alto por viagem no início.
Mas a Volocopter espera conquistar a confiança do consumidor antes de fazer a transição para um modelo de autonomia total: um veículo elétrico sem asas movido por nove baterias, que transportará passageiros por uma rede planejada de vertiports — aeroportos para aeronaves que decolam e pousam verticalmente — nas principais cidades.
Os primeiros voos comerciais da VoloCity estão programados para acontecer em 2022.
Pense na Gravity Industries, uma empresa aeronáutica com sede no Reino Unido que criou uma mochila a jato de 1.050 cavalos de potência.
“É um pouco como um carro de Fórmula 1”, diz Richard Browning, piloto de testes chefe e fundador da empresa.
“O Jetsuit é um equipamento especializado que apenas pilotos comerciais profissionais e militares podem pilotar, por enquanto”, Browning acrescenta, apontando para uma engenhoca metálica no estilo Batman em seu estúdio.
“Algum dia, a mochila a jato pode significar que um super-herói paramédico suspenso no ar pode tomar decisões sobre onde ir e o que fazer.”
Este não é um projeto tão absurdo quanto parece: a Great North Air Ambulance Service fez recentemente uma parceria com a Gravity Industries para simular uma missão de busca e resgate.
Browning voou com sua mochila a jato da base do vale escarpado de Langdale Pikes, no Lake District, na Inglaterra, para o local de um acidente simulado. A pé, teria sido uma subida árdua de 25 minutos. O voo durou 90 segundos.
O exercício ilustrou o potencial das mochilas a jato de fornecer serviços de cuidados intensivos em locais remotos.
“O sonho do transporte aéreo existe há muito tempo”, diz Parimal Kopardekar, diretor do Instituto de Pesquisa Aeronáutica da Nasa, agência espacial americana, no Centro de Pesquisa Ames no Vale do Silício, na Califórnia.
“Há uma oportunidade poderosa agora para projetar veículos que podem transportar bens e serviços onde a aviação atual não consegue chegar.”
Kopardekar é responsável por explorar as tendências da aviação no campo de autonomia e mobilidade aérea avançada, incluindo VTOLs.
Dada a complexidade dessa empreitada, a equipe da Nasa precisa abordar e testar todo um ecossistema de fatores: aeronaves, espaço aéreo, infraestrutura, integração da comunidade, padrões climáticos, GPS, normas acústicas, manutenção, cadeia de suprimentos, aquisição de peças…
É uma lista que revela inúmeros (e nem sempre óbvios) problemas que devem ser resolvidos antes que o compartilhamento de viagens aéreas em grande escala se torne realidade.
Para uma indústria incipiente, não faltam projetos de veículos de decolagem e pouso verticais (VTOL, na sigla em inglês), ou de altitudes imaginárias que podem ser alcançadas com eles.
Reimaginar o voo humano requer veículos que sejam “permitidos nas estradas” e seguros para voar, mas também um público disposto a voar neles.
Os líderes da indústria precisam convencer os usuários de que os VTOLs não são atraentes simplesmente porque a tecnologia é possível, mas porque são preferíveis a outros modos de transporte — e seguros.
Este rastreamento digital vai garantir que todos os VTOLs tenham conhecimento de outros voos em seu caminho.
O transporte vertical totalmente automatizado com experiência comprovada pode deixar o público à vontade, mas uma vasta rede de objetos voadores cria uma série de novos desafios. Os VTOLs vão dispensar a necessidade de pistas ou estacionamentos no solo, mas exigirão corredores aéreos e portos no céu dedicados a armazenar os veículos.
Os táxis aéreos podem reduzir o número de carros no solo e aumentar a previsibilidade do horário de chegada e partida, mas o grande número de objetos no céu — edifícios, pássaros, drones de entrega e aviões — exigirá que os pilotos (pelo menos, enquanto os VTOLs são pilotados) pratiquem um novo tipo de dinâmica para evitar obstáculos.
As “vias do céu”, por falta de um termo melhor, vão precisar de seu próprio conjunto de leis.
O Futuro a la Jetsons, onde cruzaremos os céus em nossas capsulas voadoras está deixando de ser ficção para se tornar realidade. E que possamos voar em nossos VTOLs com segurança. Agilidade e respeitando o meio ambiente.
Fonte: BBC Future / Adrienne Bernhard
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