Capítulo 5 – Diabetes no Brasil Insulina e seus tipos
21/10/2021
Capítulo 5 – Diabetes no Brasil Insulina e seus tipos
Neste novo capítulo da Série Diabetes, desenvolvida com exclusividade pelos experts em Inteligência de Mercado IBIZ, vamos mergulhar no universo da Insulina e conhecer em detalhes aspectos importantes sobre este hormônio vital para os portadores de Diabetes.
Como analisamos em capítulos anteriores desta Série, o mercado Diabetes mobiliza uma série de recursos e investimentos públicos, bem como integra uma gama diversificada de empresas que atuam neste relevante segmento, que desta vez tem na Insulina o nosso ponto focal.
Insulina é o hormônio responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no sangue), ao promover a entrada de glicose nas células. Ela também é essencial no metabolismo de carboidratos, na síntese de proteínas e no armazenamento de lipídios (gorduras). Quando o pâncreas, órgão que produz a insulina, deixa de produzi-la em quantidades ideais, é necessária a introdução da insulina no tratamento da diabetes.
Existem vários tipos de insulina, com diferentes início de ação, período de concentração máxima (pico de ação) e duração do efeito. A seleção da insulina mais apropriada ou combinação de diversos tipos para certo paciente dependem da resposta individual ao tratamento, das condições da diabetes e dos hábitos do paciente.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, e tem como função metabolizar a glicose (açúcar no sangue) para produção de energia. Ela atua como uma “chave”, abrindo as “fechaduras” das células do corpo para que a glicose entre e seja usada para gerar energia. Ou seja, o hormônio ajuda a glicose a entrar nas células do corpo.
Quando há alguma disfunção na produção de insulina, pouca ou nenhuma produção de insulina, a pessoa é diagnosticada com Diabetes Mellitus. Para o controle da glicose na corrente sanguínea, muitas vezes é necessário realizar a reposição exógena da insulina com aplicações diárias do hormônio.
As insulinas podem ser classificadas em humanas e análogas de insulina humana. A insulina de origem humana (NPH e Regular) é desenvolvida em laboratório, a partir da tecnologia de DNA recombinante e as análogas são preparações de insulina que sofreram alteração na cadeia de aminoácidos para melhorias no tempo de ação. As insulinas podem vir em frascos e canetas. Os frascos são de 10 ml (para uso com seringas de insulina) e os refis são de 3ml (usados em canetas de aplicação de insulina), assim como podem vir em canetas de aplicação descartáveis.
Insulina basal e bolus
O pâncreas fabrica dois tipos de insulina:
Gotas contínuas, conhecidas como insulina basal, que permanecem em níveis baixos no sangue o tempo todo.
Grandes quantidades de insulina, chamadas de bolus, que são liberadas quando há aumento de açúcar no sangue, geralmente após as refeições.
O tratamento com insulina basal visa igualar a liberação constante e estável de insulina ao mesmo nível de alguém sem diabetes. Ele mantém um nível baixo e consistente de insulina no sangue, por um período prolongado, para manter os níveis de açúcar estáveis ao longo do dia, entre as refeições e durante o sono (17).
Já a insulina da hora das refeições (bolus) é usada para ajudar a processar bem aquilo que foi ingerido. O açúcar no sangue aumenta rapidamente após comer e, às vezes, o tratamento com insulina basal não é suficiente para controlar esses “picos”(17).
Insulinas rápidas e ultrarrápidas
O pâncreas fabrica dois tipos de insulina:
As insulinas utilizadas para o bolus são as chamadas rápidas e ultrarrápidas. Elas têm como ação o período da alimentação, promovendo um bom controle da glicemia nos períodos próximos da alimentação.
A insulina rápida ou regular começa a agir entre 30 e 60 minutos e tem seu pico de ação em 2 a 4 horas e duração de ação de 6 a 8 horas. Sendo assim, deve ser usada de 30 a 45 minutos antes da refeição. A insulina ultrarrápida – lispro, aspart ou glulisina – começa a agir em menos de 15 minutos, tem seu pico de ação entre 1 e duas horas e duração de ação de 3 a 4 horas. Sendo assim, deve ser usada em menos de 15 minutos antes da refeição, ou mesmo durante a refeição. Esta última tem menor risco de causar hipoglicemia do que a rápida.
Insulinas lentas e ultralentas:
As insulinas utilizadas para o papel de basal são as lentas e ultralentas. Seu principal objetivo é a manutenção da glicemia estável no período entre as refeições.
A insulina NPH é a única representante das insulinas lentas. Ela começa a agir entre 1 e 2 horas, tem seu pico de ação entre 5 e 7 horas e duração de ação de 13 a 18 horas. As insulinas ultralentas são representadas pela Insulina Detemir – com início de ação entre 1 e 2 horas, discreto pico de ação em 2 horas e duração de ação de 12 a 24 horas – e pela Insulina Glargina – com início de ação entre 1 e 2, ausência de pico de ação e duração de ação de 18 a 24 horas.
Tipos Insulina
Insulina de ação ultrarrápida
Insulina de ação rápida
Insulina de ação intermediária
Insulina de ação lenta
Insulina pré-misturada
Insulina Basal:
Insulina que cobre as necessidades do organismo entre as refeições e durante a noite, ou seja, ao longo do dia. É uma insulina de ação lenta ou intermediária.
Insulina para Bolus:
São insulinas que possuem ação mais rápida, por isso destinam-se a evitar hiperglicemia pós-prandial, relacionada à refeição. São aplicadas antes das refeições.
As insulinas bifásicas contêm dois tipos de insulina, de modo a proporcionar picos e tempos de duração diferentes.
Tipos de Insulinas em pré-mistura:
Humalog Mix ® 25: 25% de solução de insulina lispro (rápida) e 75% de suspensão de insulina lispro protamina (lenta);
Humalog Mix ® 50/50: 50% de solução de insulina lispro (rápida) e 50% de suspensão de insulina lispro protamina (lenta);
NovoMix® 30: 30% de insulina asparte (rápida) e 70% de insulina asparte com protamina (lenta).
Como aplicar corretamente a insulina
Formas de Aplicação
INSULINA COM SERINGA
INSULINA COM CANETA
INSULINA COM BOMBA
Como Aplicar
INSULINA COM SERINGA
Lavar as mãos para evitar sujar o frasco de insulina ou transportar bactérias para a seringa;
Colocar uma agulha esterilizada em uma seringa de insulina também esterilizada;
Desinfectar a borracha do frasco de insulina, passando um pedaço de algodão umedecido em álcool;
Inserir a agulha da seringa na borracha do frasco de insulina e virar o frasco ao contrário para que a agulha fique mergulhada em líquido e não aspire ar;
Puxar o êmbolo da seringa até apresenta marcações que sinalizam a unidade. Normalmente, a seringa está dividida com vários riscos que significam 1 unidade e está marcada a cada 10 unidades para facilitar a tarefa;
Remover a agulha e a seringa, voltando a tampar o frasco, se possível;
Fazer uma prega na pele, utilizando o polegar e o indicador;
Inserir completamente a agulha na prega, num ângulo de 45º a 90º, com um movimento rápido e firme;
Empurrar o êmbolo da seringa até que todo o conteúdo seja liberado;
Esperar cerca de 10 segundos e retirar a agulha de pele, soltando a prega da pele depois de remover a agulha.
Insulina com caneta
Lavar as mãos e higienizar o local da injeção com uma compressa ou gaze embebida em álcool;
Juntar todo o material necessário, que inclui caneta preparada com o cartucho de insulina, agulha e compressa;
Preparar a quantidade de insulina que deve aplicada, rodando a caneta e observando o número no visor. Por exemplo, se seu médico indicou que deve tomar 4 unidades ao jantar, deve rodar a caneta até aparecer o número 4;
Fazer uma prega na pele utilizando apenas os dedos polegar e indicador, principalmente na barriga e coxa;
Inserir a agulha, entre 45º a 90º, com um movimento rápido e firme. Como a agulha é muito pequena e apenas é inserida na pele, causa a sensação de uma simples picada de mosquito, não sendo doloroso. Deve-se fazer um ângulo maior (90º) quanto mais gordura corporal a pessoa tiver;
Empurrar o êmbolo ou botão até o fim para injetar a insulina;
Esperar até 10 segundos antes de retirar a agulha da pele, para que o líquido entre na totalidade no organismo;
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