
Vagner Pin é Gente Que Brilha
Vagner Pin tem bastante bagagem profissional e nos contou um pouco sobre sua carreira na indústria farmacêutica. Conheça mais sobre sua trajetória!
Em plena pandemia, as vacinas ganharam uma importância acrescida. Todos os esforços se conjugam para criar uma forma de imunizar a população mundial contra a Covid-19, que já contagiou mais de 46 milhões de pessoas em todo o mundo. Mas tão importante como falar do desenvolvimento de novas vacinas é discutir a supply chain na distribuição de vacinas. Como fazê-las chegar às pessoas que mais delas precisam, com segurança, rapidez e ao menor custo?
Toda a cadeia de abastecimento de vacinas tem regras próprias, num processo que se foi tornando mais complexo e desafiante ao longo dos anos. Desde a década de 1970 que a Organização Mundial da Saúde (OMS) dispõe de um programa alargado de imunização para garantir a vacinação de todas as crianças. Logo na década de 1980, foram desenhados os sistemas Immunization Supply Chain and Logistics (ISCL), mas os tempos foram mudando.
Surgiram mais doenças e mais vacinas foram chegando ao mercado. Ao mesmo tempo, a urgência em disponibilizá-las, a necessidade de adaptação às novas estratégias de entrega ou mesmo as inovações tecnológicas na cadeia de frio colocaram novos reptos à supply chain na distribuição de vacinas.
A OMS sentiu, então, necessidade de chamar a atenção para a importância de não negligenciar a componente logística, essencial nos programas de imunização da população, lançando um novo documento sobre o tema. Objetivo: melhorar o desempenho e disponibilizar as vacinas certas, nas quantidades certas, nas condições certas, na altura certa, no lugar certo e ao custo de supply chain certo.
Assim, os desafios colocam-se nos dois grandes tipos de vacinação:
No primeiro caso, há uma cadeia estruturada. Contudo, no segundo, é importante criar condições para garantir que a supply chain na distribuição de vacinas funciona com a eficiência necessária para as levar rapidamente e em segurança a quem mais precisa.
Segundo a OMS, as áreas mais importantes na cadeia de abastecimento de vacinas incluem a gestão e monitorização das mesmas, a gestão da cadeia de frio e a segurança de imunização. Negligenciar estes pontos é abrir caminho a um sistema de logística de vacinação fraco com várias consequências negativas. Por exemplo, elevadas taxas de desperdício, falhas de stock e má gestão dos desperdícios. Isto leva a custos operacionais significativos e, claro, a um impacto negativo na saúde pública.
Desse modo, a OMS, juntamente com a UNICEF, desenvolveu o chamado Effective Vaccine Management (EVM). Este processo promove a melhoria da supply chain na distribuição de vacinas através da monitorização de um conjunto de etapas inerentes:
A supply chain na distribuição de vacinas é por si só um desafio. Então, que cuidados acrescidos são necessários em relação à vacina contra a Covid-19 para garantir a distribuição de um número sem precedentes de milhares de milhões de doses em todo o mundo?
Estão em desenvolvimento mais de 250 vacinas. Assim que forem aprovadas e estiverem prontas para serem distribuídas, é indispensável garantir que todos estão preparados. E isto inclui indústria, entidades públicas e privadas na área da saúde e operadores logísticos.
Aliás, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) está bem ciente da dimensão do desafio. “Entregar as vacinas contra a Covid-19 de forma segura será a missão do século para a indústria de transporte aéreo de carga”, disse o diretor-geral e CEO da IATA, Alexandre de Juniac, citado pela UNICEF, alertando para a necessidade de todos se prepararem desde logo.
Associada ao transporte aéreo está a cadeia de frio. Esta pode variar consoante o tipo de vacina, como indica o artigo “On pins and needles: Will Covid-19 vaccines save the world?”, da McKinsey. “Vacinas diferentes têm necessidades logísticas diferentes, incluindo horários de dosagem, local de administração e requisitos de cadeia de frio. As vacinas baseadas em ADN, por exemplo, tradicionalmente mantêm-se estáveis a temperaturas normais, enquanto as baseadas em ARN, subunidades de proteínas e vetores virais requerem cadeia de frio ou transporte criogénico.”
Estima-se que possa haver casos em que são exigidas temperaturas até -80°C para garantir a eficácia. Isto impõe-se como um grande desafio para a supply chain na distribuição de vacinas, que, por regra, as transporta entre -2 a -8°C.
Importante será também não descurar as questões da sustentabilidade. Neste caso, é relevante avaliar as embalagens e os tipos de transporte reutilizáveis, mas também organizar a logística inversa.
Seja qual for o cenário, a rapidez e a dimensão da expedição da vacina prometem fazer desta uma operação sem precedentes, refere o artigo da McKinsey. Assim, será importante que cada uma das partes envolvidas saiba exatamente qual é o seu papel nesta cadeia que vai desde a produção à administração da vacina.
Fonte: OMS/Mckinsey
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